Didática
Sócrates
O áspero poema? Não mais quero
O inviável abismo? Já descri
Foi com inabalável esmero
Que duramente me persegui
Se tudo é insuficiente, espero
O instante vence o tédio, eu senti
Se a valsa mudou-se em bolero
O ritmo pouco importa, eu vivi
Pelo tropeço suavizei o passo
Seu corpo é o sentido que devasso
Devagar como quem respira
Gota que se equilibra suspensa
E a vida mínima que é imensa
Quando pensa que é real, delira
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