Eu e a Roseira
Santão e Marcondinho
Velha roseira, voltei pra fazer morada
Nesta tapera que desprezei no sertão
Já fui teu dono e te deixei abandonada
Mas me fizeram semelhante ingratidão
As tuas flores caem no chão despetaladas
Forrando o solo igual colcha de cetim
Também meu pranto cai na terra ressacada
Porque a tristeza já tomou conta de mim
Velha roseira, somos iguais
Nosso destino é sofrer e nada mais
Nesta tapera com você quero viver
E ao teu lado eu aqui quero morrer
Teus ramos verdes refletem minhas lembranças
Tuas folhas secas relembram desilusões
E os galhos morrem igual minhas esperanças
Você floresce, eu canto minhas canções
Só um contrário entre nós tenho notado
Que os beija-flores ainda vêm te adorar
Quanto a mim que amei sem ser amado
Não mais espero que alguém venha me beijar
Velha roseira, somos iguais
Nosso destino é sofrer e nada mais
Nesta tapera com você quero viver
E ao teu lado eu aqui quero morrer
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