Calmaria/ Não Sei Quantas Almas Tenho (pot-pourri)

Ê calmaria
Melancolia que devora
Tempo espicha
O segundo vira hora
Ê calmaria
Traz a mágoa e vai-se embora

Quem quer singrar os mares
Sem passar por tempestades
É melhor fincar n’areia
O barco, a vela, a vontade
Quem teme a escuridão
Nem cresce ver o brilho
Passeando no arco da amplidao

Ê calmaria
Vento vem e leva embora

Meu Deus não me livre disso
Não me livre disso, não me livre disso
Desse risco de tristeza
Desse amor feito por isso
Desse rasgo de beleza
Sempre a beira do abismo

Ê calmaria
Vento vem e leva embora
Ê calmaria
Vento vem e leva embora

Calma / No sé cuántas almas tengo (popurrí)

Está calmado
Melancolía que devora
El Tiempo en Espicha
El segundo se convierte en la hora
Está calmado
Trae tu dolor y aléjate

¿Quién quiere navegar por los mares?
Sin pasar por tormentas
Será mejor que te vayas a la arena
El barco, la vela, la voluntad
Que teme a la oscuridad
Tampoco crece para ver el resplandor
Paseando en el arco de amplitud

Está calmado
Viento viene y quita

Dios mío, no me saques de esto
No te deshagas de él, no te deshagas de él
Ese riesgo de tristeza
De este amor hecho por él
De esta lágrima de belleza
Siempre en el borde del abismo

Está calmado
Viento viene y quita
Está calmado
Viento viene y quita

Composição: Fernando Pessoa / Jota Velloso