Fala do Homem Nascido

Venho da terra assombrada
Do ventre da minha mãe.
Não pretendo roubar nada
Nem fazer mal a ninguém.

Só quero o que me é devido
Por me trazerem aqui.
Que eu nem sequer fui ouvido
No acto de que nasci.

Trago boca pra comer
E olhos pra desejar.
Tenho pressa de viver
Que a vida é água a correr.

Tenho pressa de viver
Que a vida é água a correr.
Venho do fundo do tempo
Não tenho tempo a perder.

INSTRUMENTAL

Minha barca aparelhada
Solta o pano rumo ao Norte.
Meu desejo é passaporte
Para a fronteira fechada.

Não há ventos que não prestem
Nem marés que não convenham.
Nem forças que me molestem
Correntes que me detenham.

Quero eu e a natureza
Que a natureza sou eu.
E as forças da natureza
Nunca ninguém as venceu.

INSTRUMENTAL

Com licença! Com licença!
Que a barca se fez ao mar.
Não há poder que me vença
Mesmo morto hei-de passar.

Não há poder que me vença
Mesmo morto hei-de passar.
Com licença! Com licença!
Com rumo à estrela polar.

INSTRUMENTAL

Venho da terra assombrada
Do ventre da minha mãe.
Não pretendo roubar nada
Nem fazer mal a ninguém.

Só quero o que me é devido
por me trazerem aqui.
Que eu nem sequer fui ouvido
No acto de que nasci.

Habla del hombre nacido

Vengo de la tierra embrujada
Del vientre de mi madre
No pretendo robar nada
O lastimar a nadie

Sólo quiero lo que me deben
Por traerme aquí
Que ni siquiera me oyeron
En el acto en que nací

Traigo mi boca para comer
Y ojos que desear
Tengo prisa por vivir
Esa vida es agua corriente

Tengo prisa por vivir
Esa vida es agua corriente
Vengo del fondo del tiempo
No tengo tiempo que perder

INSTRUMENTAL

Mi barcaza amañada
Suelta el trapo hacia el norte
Mi deseo es pasaporte
A la frontera cerrada

No hay vientos que no sean buenos
No hay mareas que no se adapten
No hay fuerzas para abusar de mí
Cadenas para detenerme

Quiero a mí y a la naturaleza
Esa naturaleza soy yo
Y las fuerzas de la naturaleza
Nadie los ha ganado nunca

INSTRUMENTAL

¡Discúlpeme! ¡Discúlpeme! ¡Discúlpeme! ¡Discúlpeme!
Que la barcaza se fue por la borda
No hay poder que pueda vencerme
Incluso si estoy muerto, pasaré

No hay poder que pueda vencerme
Incluso si estoy muerto, pasaré
¡Discúlpeme! ¡Discúlpeme! ¡Discúlpeme! ¡Discúlpeme!
Se dirige hacia la estrella polar

INSTRUMENTAL

Vengo de la tierra embrujada
Del vientre de mi madre
No pretendo robar nada
O lastimar a nadie

Sólo quiero lo que me deben
por traerme aquí
Que ni siquiera me oyeron
En el acto en que nací

Composição: