Castelo de Areia

Saudade tédio e dor, trindade amarga
Que alarma dolorosa me domina
Não posso por meu coração à larga
Uma tristeza enorme me assassina

Meu pobre coração assiste a trama
De amor que em tantos íntimos prediz
Já que Deus não ouve os gritos de quem ama
A lágrima é o protesto do infeliz

Ai, se fito o firmamento
Simbólio azul franjado em prata
Logo ao pensamento
Vem aquela ingrata

Lua deusa da natura
Tu que viste o beijo
Dada após a jura
Caindo em meus braços
Fez pura aquela estrela

Lua tudo fiz para esquecê-la, mas em vão
A saudade não me sai do coração
Áurea catedral do meu ideal
Como um castelo de areia tombou

Nômade que sou, choro os prantos meus
Nascem d'alma num protesto a Deus
Vai, nessa saudade, a minha mocidade
Vai se estiolando oh! Senhor!
Já que não há esperança
Tirai-me da lembrança
A história desse amor

Senhor, maior que as dores que sentiste
Maior que a dor de ser crucificado
Maior Senhor, que tudo o que carpiste
É a dor que sente um desprezado

Amor ambicionada desventura
Que ao pórtico da morte me conduz
É dado aos infelizes ter na sepultura
O amor simbolizado numa cruz

Castillo de Arena

Anhelo de aburrimiento y dolor, trinidad amarga
Que dolorosa alarma me abruma
No puedo sacar mi corazón
Una enorme tristeza me mata

Mi pobre corazón mira la trama
De amor que en tantos íntimos predice
Ya que Dios no escucha el llanto de los que aman
La lágrima es la protesta de los infortunados

Oh, si miramos el firmamento
Símbolo de plata con flecos azules
Pronto a pensar
Ven que ingrato

Luna diosa de la naturaleza
Tu que viste el beso
Dado después de jurar
Cayendo en mis brazos
Hizo esa estrella pura

Luna hice todo por olvidarlo, pero en vano
No extraño mi corazón
Catedral dorada de mi ideal
Cómo cayó un castillo de arena

Nómada soy, lloro mis lágrimas
Nacido de un alma en protesta a Dios
Ve, en este anhelo, mi juventud
Se asusta, ¡oh! ¡Señor!
Ya que no hay esperanza
Sácame de la memoria
La historia de este amor

Señor, más grande que el dolor que sentiste
Mayor que el dolor de ser crucificado
Gran Señor, que todo lo que carpas
Es el dolor que siente un despreciado

Amor ambicioso infortunio
Que lleva al pórtico de la muerte
Los desafortunados se dan para tener en la tumba
Amor simbolizado en una cruz

Composição: Cândido das Neves Índio