Zumbido
Paulinho da Viola
Zumbido, com suas negrices
Vem há tempo provocando discussão
Tirou um samba e cantou
Lá na casa da Dirce outro dia
Deixando muita gente de queixo no chão
E logo correu que ele havia enlouquecido
Falando de coisas que o mundo sabia
Mas ninguém queria meter a colher
O samba falava que nego tem é que brigar
Do jeito que der pra se libertar
E ter o direito de ser o que é
Moleque vivido e sofrido
Não tem mais ilusão
Anda muito visado
Por não aceitar esta situação
Guarda com todo cuidado
E pode mostrar a vocês
As marcas deixadas no peito
Que o tempo não quis remover
Zumbido é negro de fato
Abriu seu espaço
Não foi desacato a troco de nada
Só disse a verdade sem nada temer
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