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Talento e Formosura

Mário Pinheiro

Bem podes tu guardar os dons da formosura
Que o tempo, um dia, há de implacável, trucidar!
Bem podes tu viver ufana da ventura
Que a natureza, cegamente quis te dar!

Prossegue embora, em tuas glórias sendas, sempre avante
De gáleas plenas em teu sólio triunfante!
Que enquanto a morte em vibre em ti, funéreo golpe seu
A natureza irá roubando o que te deu

E quanto a mim, irei cantando o meu ideal de amor
Que é sempre novo no viçor da primavera!
Na lira austera em que o senhor me fez tão destro
Será meu estro só de quem for imortal

Tu podes bem, sorrir das minhas desventuras
Pertenço a dor e gosto até de assim penar
E eu tenho não'alma um grande cofre de amargura
Que é meu tesouro e que ninguém pode roubar!

Pois, quando a dor me vem pedir alguma esmola
Eu lhe descerro as portas d’alma, que a consola!
E dou-lhe lágrimas que vão lhe mitigar o ardor
Que a inspiração dos versos meus, só devo a dor

Irei sonhando com o tristor da solitária flor
Dragando amor ao que for grande d’alma!
Darei a palma quem tiver maior pureza
Voto a beleza, por si só mortal horror!

Terei mais glória em conquistar com sentimentos
Pensantes almas de varões de alto saber!
E com amor e com pujança de talento
Fazer lhe a alma ternas lágrimas verter

Isso é mais nobre, é mais sublime, edificante!
Do que vencer um coração ignorante
Porque a beleza é só matéria e nada mais traduz!
Mas, o talento é só espírito e só luz

Descantarei na minha lira das estrelas ao seu fulgor
Da flor ao mago olor que tem saudade de despertar
Orgulho dás, eu brancarei que eu ademar, vem derramar!
São fontes aceleradas que vem lhe amar

Por isso, a rosa que se embalem e se debruça
Em neve, em leve anil! A brisa que soluça
E que nos valem glória ao mar!
Da branca Lua, caça a loucuras resplendente!
Mas, há somente para os bardos virem inspirar

Mas, quando a barca conduzir-te à sepultura
O teu orgulho em podridão, reduzirá!
Iram os vermes desflorar-te a sua formosura
De ti na Terra, ninguém mais se lembrará

Mas, quando a morte rematar os meus dissabores
Serei lembrado pelos bardos trovadores!
Que em versos meus, oh, minha lira em traduções gemer
Que eu, morto, embora, nas canções, hei de viver!

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Compuesta por: Edmundo Otávio Ferreira / Catulo Cearense. ¿Los datos están equivocados? Avísanos.

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