A Ópera Dos Malandros
Flavio Oliveira
Alucina, canta forte com coragem
O salgueiro homenageia a malandragem
O matreiro entra em cena outra vez
Vem na ginga, sob aplausos de vocês...
Por quê?
Porquê...
O verdadeiro malandro pra mim
Negro, branco, tupiniquim...
Esta na ópera mais brasileira
“Lá bohéme”... Vestiu fantasia...
“Orfeu” caiu na folia.
Arte popular... Levantando poeira
Artista da vida...
Vagueia filosofando de bar em bar
É gira-mundo, e faz o mundo girar
Traz no pescoço firmamento, guia e patuá.
Quem vem lá...
“Rei da noite” de antigamente”
De copacabana... Da lapa, e da tiradentes...
Da praça maúa... Dos cabarés reluzentes (bis)
“Ás” do samba, e do carteado...
Era por todos amado...
Chapéu-panamá e sapato trêce...
Terno branco de linho malandreado;
Engomado e perfumado...
Pronto, estava pro soirée;
Hoje malandro trabalha pra viver
Vadeia e, pro lar volta alegremente
Tem familia pra sustentar...
Acorda com o galo a cantar
Cedo vai pro batente...
Chacoalha em trem apertado...
É de paz, e bem comportado
“Zé carioca” desse torrão...
Salgueirense de coração...malandrão!
Nessa explosão de emoção...
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