Nas Ferrarias
Ênio Medeiros
Ao raiar de um novo dia, uma bigorna a tilintar
Faz o bicharedo acordar anunciando a alvorada
Sai, do fole, o vento norte, das brasas, saltam centelhas
Iluminando o rosto forte, tal qual semente de estrelas
Iluminando o rosto forte, tal qual semente de estrelas
Descansa o ferro no braseiro, a cor do Sol brota da cinza
Na mão firme do ferreiro, o martelo espera a ranzinza
Descansa o ferro no braseiro, a cor do Sol brota da cinza
Na mão firme do ferreiro, o martelo espera a ranzinza
Descansa o ferro no braseiro, a cor do Sol brota da cinza
Na mão firme do ferreiro, o martelo espera a ranzinza
Nas batidas compassadas, faz ferradura do aço
Que, nos cascos do picaço, vem pontilhar as estradas
De pé na ponta do arado e algum facão aragano
Prepara a marca pro gado não se criar orelhano
Prepara a marca pro gado não se criar orelhano
Olha pro céu com alegria, a noite já escureceu
Talvez, foi uma ferraria, que a estrela d'alva nasceu
Olha pro céu com alegria, a noite já escureceu
Talvez, foi uma ferraria, que a estrela d'alva nasceu
Olha pro céu com alegria, a noite já escureceu
Talvez, foi uma ferraria, que a estrela d'alva nasceu
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