Nuvens
Carpiah
Há nuvens no céu
Que um dia foram brinquedos aos olhos de uma criança
Pensam serem livres ao léu
Mas escravas do vento bloqueiam a luz
Quando menos se espera elas retornam a terra
A esperança floresce ante a espreita da fera
São como gotas de hera ou como bombas na guerra
Há nuvens no céu
Será que escondem segredos?
Qual é a sua intenção?
Pensam serem livres ao léu
Mas escravas do vento bloqueiam a luz
Nuvens distantes são navegantes bem muito antes de nós
Represas na serra se embrenham na terra minas e fontes e foz
Lagos, nascentes, mares crescentes sementes fecundas serão
Rios flutuantes, que navegantes são muito antes de nós
Ciclo constante, etéreo alarme das chuvas que ainda virão
Serão muito mais, trevas, trovão ou promessas de paz no sertão
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