Na Ponta Dos Cascos
Antonio Fontoura
Enquanto as mãos campeiras
Vão cambiando ferraduras
A tardezita tranqueia
Enrubescendo as planuras
Renasce mais uma estrela
A cada passo do tempo
É o dia bordando rastros
Na estrada do firmamento
Perícia, grosa, martelo
Um eito e pico de cravos
E um quarteto de ferro
Do feitio do Seu Olavo
É tudo que necessito
Pra o compromisso tropeiro
De botá casco de aço
Pra não judiá os verdadeiro
Ficam três patas erguendo
Quase meia tonelada
De uma tronqueira gateada
Que, vez por outra, se entona
E o galpão grande ressona
Nesse duelo machaço
A ponta fina dos cravos
Contra a rudeza dos cascos
De vez em quando, um ventena
Dá serviço pra maneia
Mas quem conhece a ciência
Por ter querência nas veias
Não faz uso do cachimbo
Nem boleia por vingança
Não é abaixo de pau
Que um desbocado se amansa
Os ferros dependurados
No templo de santa-fé
Têm sonhos enferrujados
E alguns resquícios de fé
Foram de pingos buenaços
Que encordoaram pra o céu
Por isso, os guardo com gosto
Como se fossem troféus
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