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Quando o roceiro
Viu a terra esturricada
Na sua roça já cansada
Seu olhar umideceu

Com a falta d'água
Da seca do mês de agosto
Foi tamanho seu desgosto
Que de tristeza morreu

E no momento
Que a pobre criatura
Baixava na sepultura
Por debaixo de uma cruz

Aquela alma
Nos murmúrios do cipreste
Ia na mansão celeste
Pra pedir chuva à Jesus

Depois de um pouco
Que o pobre foi enterrado
Todo o céu ficou nublado
E de prece se enlutou

E veio a chuva
Pingos d'água cristalina
Como lágrimas divina
De Jesus, nosso senhor

Depois das chuvas
Quando é noite de luar
Vem o vento a ciciar
O milho que floresceu

Até parece
Que a alma do roceiro
Rondando pelo carreiro
Da roça que reviveu


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