O nêgo tá, moiado de suó
Trabáia, trabáia, nêgo
Trábaia, trabáia nêgo
As mãos do nêgo tá que é calo só
Trabáia, trabáia nêgo
Trabáia, trabáia, nêgo

Ai meu sinhô nêgo tá véio
Não agüenta!
Essa terra tão dura, tão seca, poeirenta

Trabáia, trabáia nêgo
Trabáia, trabáia, nêgo
O nêgo pede licença prá falá
Trabáia, trabáia, nêgo
O nêgo não pode mais trabaiá
Quando o nêgo chegou por aqui

Era mais vivo e ligeiro que o saci
Varava estes rios, estas matas, estes campos sem fim
Nêgo era moço, e a vida, um brinquedo prá mim

Mas esse tempo passou
Essa terra secou ô ô
A velhice chegou e o brinquedo quebrou

Sinhô, nêgo véio tem pena de têr-se acabado
Sinhô, nêgo véio carrega este corpo cansado

Composição: Ary Barroso