De Campo e Mangueira
Turbinados da Vaneira
Quando eu venho la do meu galpão
Eu chego fedendo fumaça
Não é um estilo de vida
É o jeito da minha raça
Sou gaúcho do interior
Criado solto no campo
Confio no bagual que monto e
Ponho a tenência no canto
Desde guri me acostumei
Matear toda madrugada
Tocar gaita de botão
Alegrando a gauchada
Em festança gauchesca
Nunca vi nada igual
Gosto do riso de china e do
Relincho de bagual
E minha gaita botoeira
Em tudo que vê me acompanha
Trago nos dedos a poesia
E a chucresa da campanha
Nasci pra domar potro
Sou do campo e mangueira
E amanheço cantando em
Fuzarca galponeira
Na lida da minha estancia
Sou mestre num alambrado
Sei tosquiar uma novilha
Gosto de mexer com o gado
Se desgarra uma novilha
Atiro logo meu laço
E trago ela chinchada no meu
Cavalo picaço
A noite que tem uma tertúlia
Ficam todos em volta de mim
Vai roncando a gaita velha
Num abre e fecha sem fim
Tem gaúcho quase borracho
Estirado no arreios
E eu tocando e cantando e
Fazendo uns floreio
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