Fado Da Boa Sina
Teresa Salgueiro
Guardai duas palavras
Que escondi no coração
Nas linhas cruzadas
Da palma minha mão
Ambas proseguem
Cada qual com o seu tino
E só por instantes
As reúno seu destino
É quando a laços dados
Em sinal de oração
E a Deus me confesso
Ignorando a razão
Sorte ou desventura
Elas são como sinais
E sendo bem diferentes
Aparecem como iguais
Filhas do mistério
Que em mim tenho gravado
Traça o caminho
Das linhas do meu fado
E como a água
Que percorre a corrente
Elas são futuro, passado e presente
O mau sonho
Que nos cega de ansiedade
Arde como lume
E como manda a vontade
O teu segredo
Que ignoro e não pergunto
Se no fado há lei só Deus sabe desse assunto
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