O Azul Que Vem do Infinito

Voltei
Me chamo Paulo da Portela
Risquei de azul a passarela
Das madrugadas, eu fui rei
Desperta Caetano e Rufino
Nosso sonho de menino
Foi a dona Esther quem consagrou
Nozinho, desce mais uma gelada
Traz Betinho a Tabajara
Na estrada que nos batizou
Já vivi isolado do mundo
Mas sambista não é vagabundo
Resistência é a força do povo desse gongá
Voa minha águia
Sob as bênçãos de Oxalá
Vim com a flecha de Oxossi
E nas águas de Oxum (Ora Yê iê, Oxum)
Oraniã, grande pai, jamais me abandonou
Na fé de meus guias chegou a Dodô

Roda de partideiro
Onde canta o Sabiá
Lá na sombra da jaqueira
Malandro é quem sabe versar

Valentia de um homem (ê Natal)
Braço forte tantas glórias conquistou
Lendas e mistérios vêm surgindo
Na viola de Paulinho vi o rio que passou
Volta David, como é linda sua história
No alvorecer
Abram alas pra vitória
Amei o tempero da Surica
Nas estradas dessa vida, Monarco encantou
Na ousadia a semente renasceu
Salve todo Portelense
Vejo que ninguém me esqueceu

Minha alma é Portela
A chama não vai se apagar!
É voz que ecoa, aqui é meu lugar
Passado e presente, orgulho sem fim
Vestir esse manto é tudo pra mim