Palavra Poema
Stênio Március
O papel em branco sobre a mesa
A pena mergulhada no tinteiro
Fora da janela o mundo inteiro
Espera alguém que cante sua beleza
Fim de tarde avermelhado
Céu de manto estrelado
Tanta coisa sobre o que dizer
Mas a pena escreve apenas
Uma sílaba, poema
De mãos dadas um J e um e
Quisera escrever aos meus amigos
Em verso e prosa a minha gratidão
Um soneto desses bem sentidos
Falando aos meus em forma de oração
A menina, a rosa, o quadro
Um bilhete desbotado
Tudo é tema visto a olho nu
Mas a pena escreve apenas
Uma sílaba, poema
Abraçado ao s a letra u
Vai chegando o fim da madrugada
E o papel me diz pra eu olhar
O arrebol, o orvalho, a passarada
São temas lindos para se rimar
Mas o verso dormiu cedo
Sem aviso e em segredo
Disse a todos que não me conhece
Mas a pena escreve apenas
Uma letra faz poema
Sibilante, escrevo um s
Mas o verso dormiu cedo
Sem aviso e em segredo
Disse a todos que não me conhece
Mas a pena escreve apenas
Uma letra faz poema
Sibilante, escrevo um s
Mas a pena escreve apenas
Uma letra faz poema
Sibilante, escrevo um s
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