O Colono da Fazenda
Serrinha e Caboclinho
Vô deixar de ser colono
Pra não ser comprometido
Eu quero pro mês contado
Não quero pro mês corrido
Quando vô vê meu amor
Ai tô livre, desimpedido
Levanto a toque de sino
Às cinco da madrugada
Eu bebo meu cafezinho
Vô garrando na enxada
De longe tô iscuitando
O cantar da passarada
Esta vida é muito braba
Para mim é judiação
Eu já ando de namoro
Com a filha do patrão
Se eu casar tô garantido
Boa vida e farturão
Trabáio de sór a sór
Na carpa do argodão
Domingo fui na cidade
Muntado no alazão
Me chamaro pra cantá
Lá na casa do patrão
Fui chegando ressabiado
Bati parma no portão
Foi chegando a Bastiana
Que é fia do meu patrão
Do jeito que reparei
Tava curtida de paixão
Do arreio do meu cavalo
Fui tirando meu pelego
Para entrar lá no salão
Fui sintindo um certo medo
Afinei minha viola
Na sistema quatro dedo
Eu cantei a noite inteira
Sem fazê atrapaiação
Pra cantar minhas modinha
Fizero bajulação
O patrão ficô contente
Me devendo obrigação
No prazo de pouco tempo
Com a Bastiana fui casá
O meu sogro é home rico
Não preciso trabaiá
Eu deixei de sê colono
Mas não deixei de cantá
Eu deixei de sê colono
Mas não deixei de cantá
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