Quando o Sol Congela
Sérgio Rojo
A chuva bate em minha janela
E me acorda dos sonhos tão distantes
Viro pro lado pra tentar voltar
Ao mesmo mundo estranho, como antes
Já agora, desperto, eu sinto, incerto
Um grande mar ao meu redor
A onda puxa leve e devagar
Meus pensamentos pra dentro de um quarto
E sozinho me encontro encurralado
Num canto escuro e frio
Ao infinito, me afogo em passados
Com os meus jogos de sombras, internos vazios
A verdade se inflama por trás de montanhas
E as nuvens me mostram pra onde seguir
Meus castelos de pedra se tornam de areia
E esfarelam-se ao toque do ar
Os espíritos clamam a mim
Sem pensar, respondo em silêncio de novo
O vazio se recobre e responde ao passado
Solidão, ao canto dos corvos
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