É Coisa de Preto
Sandra de Sá
Meu samba é coisa de preto
De alma livre que mostra o seu valor
Sou tom maior vou à luta
Sou o orgulho do povo
Sarará criolo
Axé, a força que embala a minha fé
Traduz toda a verdade do meu povo
Me faz acreditar num mundo novo
Não sou escravo, nem servil
O meu sangue resistiu com minha herança
Pilar da identidade do país
Onde eu plantei raiz de esperança
Sonhei que o raiar de um novo dia
Nasce com a beleza dessa cor
E a poesia é uma medalha em forma de amor
Nos campos, alegria de uma nação
Talento, majestade de um campeão
Verso e melodia pra desatar os nós
Um sorriso negro é a nossa voz
Em cada traço de expressão
A inspiração da arte negra
Sonhos forjados no toque das mãos
Palavras que rompem barreiras
É diferente meu batuque da favela
Nossa gente não espera, quer dignidade
Tem samba, capoeira e muito mais
Não perco jamais minha identidade
Tom Maior, a justiça vem no som do tambor
Senhor do destino que a tinta manchou
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