Zona Leste
Salvador da Rima
Na Zona Leste de São Paulo o chicote estrala
Onde os muleque é atentado e o arrego é na bala
Eu amo a minha quebrada
Só menor canalha, só muleque tralha
Desde neném eu conheço a quebrada
Desde muleque eu conheço a função
Age no certo foge do errado
Caso ao contrário vem a solução
Eu vi, alguns muleque sai daqui pra ficar trancado
Sem amigo pra interagir vivendo do outro lado
Também vi uns parceiro subir alguns ganhar um trocado
Mais nunca vi ninguém daqui ficando milionário
Vou ser o primeiro a fazer isso virar
Vou passar na minha rua tocando o Jaguar
Sou do fundão do extremo leste
Então brota pra cá
Que as quebrada me conhece basta você perguntar
Que os menor já novinho pilota motão
Tattoo de crime o caralho, otário
Porta peça grita xinga diz que é ladrão
E morre cedo menor revoltado
Mais sempre é lembrado
As pessoas que mora aqui são número pro estado
É nóis que gira a capital e pega o trem lotado
Passei tratado igual lixo pelo boy safado
Que só porque é dono da empresa paga de forgado
Se eu trombo na madruga no farol moscando
Faço parar em frente a nave e aponto cano
Aqui as casa são empilhada e tem vários grafite
Tem goma de 3 andar e barraco de madeirite
Tem viela tem beco tem rua na favelinha
E em todos os beco tem algum menor na linha
Onde os moleque já nasce envolvido
Vê o crime de perto dinheiro e o perigo
Pelo sistema nóis foi esquecido
Polícia perita em forjar os amigo
Seja Bem-vindo onde seu sonho é impossível de verdade
Peço a Deus lá de cima que olhe minha comunidade
Na Zona Leste de São Paulo o chicote estrala
Onde os muleque é atentado e o arrego é na bala
Eu amo a minha quebrada
Só menor canalha, só muleque tralha
Na Zona Leste de São Paulo o chicote estrala
Onde os muleque é atentado e o arrego é na bala
Eu amo a minha quebrada
Só menor canalha, só muleque tralha, só muleque tralha
Toda favela tem o pouco daqui
Aqui tem o pouco de toda favela
Presença do mal absurdo é normal
Tá sobrando corpo e faltando vela
Barca apagada na madrugada
Mande sua parada história contada
História apagada, ninguém viu nada
Até celular se transforma em quadrada
Aê, forte abraço aí pra todo mundo do Morro do Piolho
Cidade Tiradentes, Itaim Paulista, Guaianases
São Mateus, São Miguel
Desse lado só tem louco quem conhece sabe
Certo? Mais ou menos assim
Entre o cenário laranja da favela
Que nasce o jogador que joga e brilha na sua tela
Baile funk as crianca balança a lata
Roubaram a sua infância
Só que droga não falta
Faço questão de por esse assunto em pauta
Pois quem trouxe essa porra pra cá
Usa terno e gravata
Igual soldado de Sparta
Nóis na guerra com as barca
E as mãezinha quase infarta
Que os muleque taca marcha
Pra cima do problema
Enfrenta o sistema
A quebra só entra em cena se é tragédia no Datena
O corpo na mala encontrado
No Nélia do lado da praça e da quadra velha
Onde as crianças brinca, os maloca fuma
Ninguém viu porra nenhuma
História de morte assalto a mão armada
É cotidiano dentro da quebrada
Sem evento beneficente investimento na cultura
Única coisa que é ensinada
É odiar as viatura
Quantas família é destroçada por essa branca pura
Quantos muleque é forjado e tem uma pena dura
Pra nóis passar dos 18 já é privilégio
A maioria dos parceiro cresceram sem ensino médio
Trampando o dia inteiro enquanto o boyzão no prédio
Reclama que a quarentena tá dando muito tédio
Pra quem julga meu mundo eu tô dando meu dedo médio
Se for falar de talento aqui é o solo fértil
Na Zona Leste de São Paulo o chicote estrala
Onde os muleque é atentado e o arrego é na bala
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