Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás

Um dia, numa rua da cidade
Eu vi um velhinho sentado na calçada
Com uma cuia de esmola
E uma viola na mão
O povo parou para ouvir
Ele agradeceu as moedas
E cantou essa música
Que contava uma história
Que era mais ou menos assim

Eu nasci
Há dez mil anos atrás
E não tem nada nesse mundo
Que eu não saiba demais, é

Eu nasci
Há dez mil anos atrás
E não tem nada nesse mundo
Que eu não saiba demais

Eu vi Cristo ser crucificado
O amor nascer e ser assassinado
Eu vi as bruxas pegando fogo
Pra pagarem seus pecados
Eu vi!

Eu vi Moisés cruzar o mar vermelho
Vi Maomé cair na terra de joelhos
Eu vi Pedro negar Cristo por três vezes
Diante do espelho
Eu vi!

Eu nasci (eu nasci)
Há dez mil anos atrás (eu nasci há 10 mil anos)
E não tem nada nesse mundo
Que eu não saiba demais

Eu nasci (eu nasci)
Há dez mil anos atrás (eu nasci há 10 mil anos)
E não tem nada nesse mundo
Que eu não saiba demais

Eu vi as velas se acenderem para o papa
Vi babilônia ser riscada no mapa
Vi conde Drácula sugando sangue novo
E se escondendo atrás da capa
Eu vi!

Eu vi a arca de Noé cruzar os mares
Vi salomão cantar seus salmos pelos ares
Eu vi zumbi fugir com os negros pra floresta
Pro quilombo dos palmares
Eu vi!

Eu nasci (eu nasci)
Há dez mil anos atrás (eu nasci há 10 mil anos)
E não tem nada nesse mundo
Que eu não saiba demais

Eu nasci (eu nasci)
Há dez mil anos atrás (eu nasci há 10 mil anos)
E não tem nada nesse mundo
Que eu não saiba demais

Eu vi o sangue que corria da montanha
Quando Hitler chamou toda Alemanha
Vi o soldado que sonhava com a amada
Numa cama de campanha

Eu li!
Eu li os símbolos sagrados de umbanda
Eu fui criança pra poder dançar ciranda
E quando todos praguejavam contra o frio
Eu fiz a cama na varanda

Eu nasci (eu nasci)
Há dez mil anos atrás (eu nasci há 10 mil anos atrás)
E não tem nada nesse mundo
Que eu não saiba demais

Eu nasci (eu nasci)
Há dez mil anos atrás (eu nasci há 10 mil anos atrás)
E não tem nada nesse mundo
Que eu não saiba demais

Não! Não!
Eu tava junto com os macacos na caverna
Eu bebi vinho com as mulheres na taberna
E quando a pedra despencou da ribanceira
Eu também quebrei a perna
Eu também

Eu fui testemunha do amor de Rapunzel
Eu vi a estrela de Davi brilhar no céu
E para aquele que provar que eu tô mentindo
Eu tiro o meu chapéu

Eu nasci (eu nasci)
Há dez mil anos atrás (eu nasci há 10 mil anos)
E não tem nada nesse mundo
Que eu não saiba demais

Eu nasci (eu nasci)
Há dez mil anos atrás (eu nasci há 10 mil anos)
E não tem nada nesse mundo
Que eu não saiba demais

Eu nasci (eu nasci)
Há dez mil anos atrás (eu nasci há 10 mil anos)
E não tem nada nesse mundo
Que eu não saiba demais

Nací Hace Diez Mil Años

Un día, en una calle de la ciudad
Vi a un viejo sentado en la vereda
Con un cuenco de limosna
Y una guitarra en su mano
La gente se detuvo a escuchar
Agradeció las monedas
Y cantó esta canción
Que contaba una historia
Que era algo así

Nací
Hace diez mil años
Y no hay nada en este mundo
Que no sé demasiado

Nací
Hace diez mil años
Y no hay nada en este mundo
Que no sepa demasiado

Vi a Cristo ser crucificado
Al amor nacer y ser asesinado
Vi a las brujas en llamas
Para pagar por sus pecados
¡Yo vi!

Vi a Moisés cruzar el mar rojo
Vi a mahoma caer a la tierra de rodillas
Vi a Pedro negar a Cristo tres veces
Frente al espejo
¡Yo vi!

Nací (nací)
Hace diez mil años (nací hace 10 mil años)
Y no hay nada en este mundo
Que no sepa demasiado

Nací (nací)
Hace diez mil años (nací hace 10 mil años)
Y no hay nada en este mundo
Que no sepa demasiado

Vi las velas se encendiéndose para el papa
Vi babilonia ser tachado en el mapa
Vi al conde drácula chupando sangre nueva
Y escondiéndose detrás de la cubierta
¡Yo vi!

Vi el arca de noé cruzando los mares
Vi cantar a solomon cantar sus salmos por los aires
Vi a zombie huir con los negros en el bosque
Por el quilombo dos palmares
¡Yo vi!

Nací (nací)
Hace diez mil años (nací hace 10 mil años)
Y no hay nada en este mundo
Que no sepa demasiado

Nací (nací)
Hace diez mil años (nací hace 10 mil años)
Y no hay nada en este mundo
Que no sepa demasiado

Vi la sangre que corrió de la montaña
Cuando hitler llamó a toda alemania
Vi al soldado que soñó con su amada
En una cama de campaña

¡Yo leí!
Leí los símbolos de umbanda
Yo era un niño para para poder bailar ciranda
Cuando todo el mundo maldijeron contra el frío
Yo hice la cama en el balcón

Nací (nací)
Hace diez mil años (nací hace 10 mil años)
Y no hay nada en este mundo
Que no sepa demasiado

Nací (nací)
Hace diez mil años (nací hace 10 mil años)
Y no hay nada en este mundo
Que no sepa demasiado

¡No! ¡No!
Yo estaba contigo con los monos en la cueva
Bebí vino con las mujeres en la taberna
Y cuando la piedra se cayó del acantilado
También me rompí la pierna
Yo también

Fui testigo del amor de rapunzel
Vi la estrella de david brillando en el cielo
Y para aquel que pruebe que estoy mintiendo
Me quito el sombrero

Nací (nací)
Hace diez mil años (nací hace 10 mil años)
Y no hay nada en este mundo
Que no sepa demasiado

Nací (nací)
Hace diez mil años (nací hace 10 mil años)
Y no hay nada en este mundo
Que no sepa demasiado

Nací (nací)
Hace diez mil años (nací hace 10 mil años)
Y no hay nada en este mundo
Que no sepa demasiado

Composição: Raul Seixas / Paulo Coelho