Berrante da Saudade
Peão Carreiro e Zé Paulo
Quanta saudade de um berrante repicando
Amadrinhando uma boiada no estradão
Ver a poeira formar nuvens no espaço
Sentir cansaço do troteio de um pagão
Sentir o gosto da comida boiadeira
A costumeira carne seca no feijão
Levar a vida sem paredes, sem telhado
Tocando o gado nas estradas do sertão
Ê boi, ê boi
Toque o berrante boiadeiro
Ê boi!
Na despedida uma cabocla na janela
Coisa tão bela igual à flor no amanhecer
Lá bem distante conversar com a saudade
Sentir vontade de voltar para lhe ver
Tingir a roupa com poeira da estrada
Lá na pousada ouvir o gado remoer
Armar a rede nos esteios do galpão
Na escuridão se balançando, adormecer
Ê boi, ê boi
Toque o berrante boiadeiro
Ê boi!
Fui boiadeiro por gostar da profissão
O estradão foi o meu mundo colorido
Cada viagem um história pra contar
A cavalgar pelos rincões desconhecidos
Sem comitiva, sem berrante, sem boiada
Por outra estrada solitário agora eu sigo
Não sei aonde colocar tanta saudade
Felicidade já não vive mais comigo
Ê boi, ê boi
Toque o berrante boiadeiro
Ê boi!
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