Pelo Amor de Uma Milonga
Mauricio Barcellos
Deste silêncio de pedra
O violão quer as rédeas
Mas desconhece os teus rumos
O tempo se descompassa
E o verso se despedaça
Na imensidão de um segundo
Eu tento abrir as janelas
Que se fecharam na espera
Quando a distância se fez
E a solidão do seu jeito
Faz um buraco no peito
Pra eu me enterrar outra vez
Desse deserto sem fim
O diz amor, diz que sim
E eu quero ouvir o teu nome
Eu sei que além dos portais
As sombras de um nunca mais
Se fartam da mesma fome
Pois eu careço do lume
Que a vida só por ciúme
Diz que ficou no passado
Embora meus olhos cegos
Tu és a luz que eu mais quero
Nas madrugadas do pago
Vem cá milonga!
Vem cá milonga, me cerca
Se achega, se achega e tira pra dança
Me diz pra olhar, me diz pra olhar nos teus olhos
Me leva feito criança
Eu me pergunto, eu me pergunto até quando?
Eu te pergunto, eu te pergunto até onde vai esta estrada?
Vai esta estrada bendita, que leva onde te escondes
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