Hipérboles
Mari Xavier
Não quero falar de construções, das coisas clássicas
Não quero falar de coisas difíceis, de presentes ácidos
De proparoxítonas, hipérboles e farmácias
Não quero desenhar uma harmonia, nem acordes máximos
Pra quem perdeu a voz de ventania em pequenos décimos
Na falta da meteorologia tive tempos péssimos
E precisei revisitar tanta coisa
Na metonímia de falar o que eu sinto
É que na verdade eu me perdi e não sei onde me encontrar
Eu não sei onde foi parar quem amava você
E agora eu ando pelas ruas tentando me encontrar
Agora eu ando pelas ruas tentando te buscar
Escuto, então, as mesmas músicas pra me fazer lembrar
De pouquinho em pouquinho será que eu consigo me achar?
Se não fossem as tantas cobranças do tempo e da idade
Eu lembro quando eu me sentava aqui só pra cantar minha mocidade
Por que então que eu me perdi só pra falar de vaidade?
Eu tinha medo e insegurança e, por isso, eu menti
Eu não queria a sua presença
Fiz isso pra você sumir e, por fim, me afoguei em mim
Me perdi na minha tempestade
Um copo cheio e só pela metade
Metade de mim!
É que na verdade eu me perdi e não sei onde me encontrar
Eu não sei onde foi parar quem amava você
E agora eu ando pelas ruas tentando me encontrar
Agora eu ando pelas ruas tentando te buscar
Escuto, então, as mesmas músicas pra me fazer lembrar
De pouquinho em pouquinho eu vou me reencontrar
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