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Bons tempos
Luiz Vicentini
Bons tempos
BONS TEMPOS
O sabiá na goiabeira cantou chamando o bemmtemvi,
Anunciando um novo dia de saudade...
Do violeiro na janela, da moça bela no jardim,
Da molecada que brincava pela manhã.
E da varanda eu via a praça, e o meu velho pé de figueira,
Cobrindo um pedaço da história da cidade
Do sanfoneiro já cansado, da roupa velha no varal,
Do vagabundo que sonhava acordado.
Queria ver de perto a poeira
Que o gado faz quando passa nas ruas,
Queria ver de perto a lua cheia
Com a minha namorada.
Queria ter nas mãos a poesia
Do trovador que já não canta mais,
Queria ter nas mãos a ousadia
De um dia ainda poder voltar.
Buenos tiempos
BUENOS TIEMPOS
El zorzal en el guayabo cantó llamando al bienamado,
Anunciando un nuevo día de nostalgia...
Del guitarrista en la ventana, de la hermosa chica en el jardín,
De los chicos que jugaban por la mañana.
Y desde el balcón veía la plaza, y mi viejo higuero,
Cubriendo un pedazo de la historia de la ciudad,
Del acordeonista ya cansado, de la ropa vieja en el tendedero,
Del vagabundo que soñaba despierto.
Quería ver de cerca el polvo
Que levanta el ganado al pasar por las calles,
Quería ver de cerca la luna llena
Con mi novia.
Quería tener en mis manos la poesía
Del trovador que ya no canta más,
Quería tener en mis manos la valentía
De algún día poder regresar.
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