Olho lá pra fora um clima cinzento
E quanto mais penso, viajo no tempo
O tempo de Sampa ritmo relento
Cidade urbana não tem contratempo
Quantas pessoas que eu vejo
Você já se enquadra num campo minado
Você pode até ser pulverizado
Como as cartas do baralho
Escolha e faça a sua jogada
Mas não conte com a sorte
Porque tu se fode no fio da navalha
Amargam o ódio e aguardam sua falha
Te observando na espera de um deixa
E poder servi-la em uma bandeja
E veja quanta maldade te rodeia
Talvez seja aquele que mais te odeia
Cuidado em quem tu confia
Que essa armadilha é como uma teia
É pior que veneno injetado na veia
Não seja um pescador iludido
Caindo em conto de Sereia
Muitos tão firmes contigo
Igual prego fincado na areia
Nem tudo aqui que tu colhe
É como aquilo que você semeia
Mas observo os mesmo às vezes
Se comportando como o tal
Se acham inteligentes demais
Estão agindo em modo irracional
Uns tem a morte lenta e dolorosa
E muitos dizem ser normal
Quem se impactar por ofensa verbal
Morrendo na fila de um hospital
Ganhando milhões só com sexo oral
Criam as leis por ganância
Sem beijo, sem cheiro, abraço e tchau
Mas nem imaginam qual é o final
Achando que isso altera o real
Mesmo que o mundo exploda
Nunca chegaremos ao mesmo ideal
Oprimido, forçado seguir a maioria
Pensamentos que me assombram