Quem planta colhe
Juraildes da Cruz
Eu nem imaginava
Que a vida fosse me trazer histórias
Que nem sonhava ouvir
Ou me atrevesse a contar
Eu nem imaginava
Que aparecesse tantos becos
Quase sem saída mostrando que na vida
Tem que se virar, se virar como a terra
Que não derrama o mar, que não desvia os rios
Nem os trilhos do lugar
Se virar pra colher o que foi plantado
E receber o seu fardo
Ou o brilho de um reino encantado
Eu nem imaginava
Pelos caminhos que andei
O espinho e o pranto
Aprendi do tanto que amei
E eu que imaginava
Que a vida fosse uma charada
Pensei que sabia tudo
Sem saber da estrada
Hoje sei que a vida é uma semente
Quem planta colhe o perfume da flor
Ou o veneno da serpente
Eu nem imaginava girar como a terra
Que não derrama o mar, que não desvia os rios
Nem os trilhos do lugar
Se virar pra colher o que foi plantado
E receber o seu fardo
Ou o brilho de um reino encantado
Eu nem imaginava.
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