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Inclemente

Juliano Guerra

Mulher, podes ir embora
Vá agora e até nunca mais
Mulher, podes simplesmente
Seguir em frente e não olhar pra trás

Mas quero que fique a semente
E que te atormente esse meu desamor
E espero que a noite inclemente
Te pegue de frente e que tu sintas dor

Eu creio que tuas mãos brancas
Que dizes tão santas, vão se macular
E a tua mocidade branda
Guardará a mancha e enfim fenecerá

Mulher, podes ir embora
Vá agora e até nunca mais
Mulher, podes simplesmente
Seguir em frente e não olhar pra trás

Pois cala, melhor dizer nada
Com a cara lavada e a mão no coração
Pois cala, que és melhor calada
Estás mais errada é em vir pedir perdão

Pois vá, beber de outros copos
Se é o teu negócio, mas pra quê mentir?
Se um dia estaremos mortos
E quem sabe a morte vá te redimir

Mulher, podes ir embora
Vá agora e até nunca mais
Mulher, podes simplesmente
Seguir em frente e não olhar pra trás

Pois vá, beber de outros copos
Se é o teu negócio, mas pra quê mentir?
Se um dia estaremos mortos
E quem sabe a morte vá te redimir


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