Anahy de Las Misssiones
João Lucas Cirne
Em meio aos destroços da Guerra
Mãe, mulher andarilha e guerreira
Peregrina sem teto, sem nada
Era Anahy Missioneira
Constante cenário de morte
Só havia corpos sem vida
Rastros de sobrevivência
Entre chegada e partida
Entre chegada e partida
Uma fera ao cuidar suas crias
Uma uma filha parindo ao relento
Anahy se preciso matava
Para livrar
Para livrar alguém do sofrimento
Assim era, Anahy de Las Missiones
Cabresteava a própria vida nas veredas
Na vastidão entre serras e coxilhas
Uma andarilha nos confins das incertezas
Os seus bens eram seus filhos
E a filha uma joia formosa
Oculta aos olhos dos homens
Ao se passar por leprosa
Ao se passar por leprosa
Luna sonhava em casar e ter filhos
Ter um amigo e família para amar
Até que um dia o Paisano entregou-se
Sentiu no ventre a semente germinar
Cuidou seus filhos para que não fossem para a guerra
Essa história não há quem não emocione
Pois foi mulher foi amante foi valente
Foi somente Anahy de Las Missiones
Assim era, Anahy de Las Missiones
Cabresteava a própria vida nas veredas
Vastidão entre serras e coxilhas
Uma andarilha nos confins das incertezas
Na vastidão entre serras e coxilhas
Uma andarilha nos confins das incertezas
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