Légua e Pico
João de Almeida Neto
Tá feio o olho da petiça
A coza anda mesmo braba
Tem gente virando os arreios
Tem gente errando a bolada
Tá tudo pelas caronas
Cortando campo nas invernadas
Poncho de pano, botas russilhonas
E uma garoa galopeando a estrada
Peão campeiro,
Peão das confianças
Sabe bem o serviço que lhe custa a bóia
Bombeando a tropa talharando o gado
De lombo arcadado, tironeando o gado
Vida pecuária
Lida de estância
Pátria moldada pelos mananciais
Conhece bem o ponto da sesteada
Campeando as garras por assim no más!
Falta Légua e pico
E um chamamezito amanhã ou depois
vem dá ná telha lambuzando a fuça
E nem que a vaca tussa flocha o coração!
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