Bailanta Galponeira
Garotos do Surungo
A madrugada vem chegando despacito
A Lua cheia encostada na cumieira
E a gauchada segue dançando bonito
Pelo floreio da cordeona fandangueira
O tempo voa e daqui a pouco chega o dia
Vem cabresteado pelo Sol pedindo cancha
Mas por enquanto dê-lhe gaita e cantoria
Que até o mais xucro neste bailado se arrancha
É o meu rio grande das bailantas galponeiras
Firmando o passo nos costumes do meu chão
É minha gente fandangueando a noite inteira
De alma xucra por amor a tradição
A cãnha amansa até o índio mais arisco
Que chega cedo procurando quem lhe queira
A noite é curta pois as horas vão que é um risco
Pra quem campeia algum cambicho na vanera
E o gaiteiro não dá folga pra pianada
Segue afofando no teclado e baixaria
No tranco guapo que entropilha a gauchada
Pra gastar bota no entreveiro de alegria
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