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Caprichos do Destino

Francisco Petrônio

Se Deus um dia olhasse a terra
E visse o meu estado
Na certa compreenderia
O meu trilhar desesperado

E tendo ele em suas mãos
O leme dos destinos
Não deixar-me-ia assim
A cometer desatinos

É doloroso, mas infelizmente
É a verdade
Eu não devia nem sequer
Pensar numa felicidade
Que não posso ter
Mas sinto uma revolta
Dentro do meu peito
É muito triste não se ter direito
Nem de viver

Jamais consegui um sonho
Ser concretizado
Por mais modesto e banal
Sempre me foi negado
Assim meu Deus francamente
Devo desistir
Contra os caprichos da sorte
Eu não devo insistir
Eu quero fugir ao suplício
A que estou condenado
Eu quero deixar esta vida
Onde fui derrotado
Sou um covarde bem sei
Que o direito é levar a cruz até o fim
Mas não posso
É pesada demais para mim

É doloroso, mas infelizmente
É a verdade
Eu não devia nem sequer
Pensar numa felicidade
Que não posso ter
Mas sinto uma revolta
Dentro do meu peito
É muito triste não se ter direito
Nem de viver


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