Farra do Trabalhador
Dona Iracema
Você pergunta o motivo
De tanta folia
De tanta comemoração
E a forma como a gente brinca
Nos joga na vala ou nos tira a razão
Mas note que o que está em voga
É dizer que se volta pra população
A raiva quando a mesma dança
O motim não avança e alcança o chão
Não fazia ideia que negar folia
A quem até outro dia
Só sofria, resolvia
Avia o que
Ser tão caxias
Pois sabia que a alegria
Também causa avarias
No que nos nega o pão
E o direito à poesia?
De que vale essa marra
Essa consternação
Se tudo que a gente quer
É estar em multidão
Se só temos a estrada
Se só temos a dor
E a farra do trabalhador
É a maior missão
Eu não vejo onde se negar um beijo
Vai mudar o brejo
Então aproveitemos o ensejo
Que amar é o que almejo
Antevejo um mundo onde o molejo
É geral pra quem peleja
E que se alveje aquilo
Que nos nega o pão e o festejo
De que vale essa marra
Essa consternação
Se tudo que a gente quer
É estar em multidão
Se só temos a estrada
Se só temos a dor
E a farra do trabalhador
É a maior missão
De que vale essa marra
Essa consternação
Se tudo que a gente quer
É estar em multidão
Se só temos a estrada
(Se só temos a estrada)
Se só temos a dor
E a farra do trabalhador
É a maior missão
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