N'algum ermo guarany
Por alcunha, faeneiros
Desjarreteavam turunas
Que não haviam sinuelos
A bota garrão de potro
Estribos de picaria
Velha herança castelhana
Fina prata que luzia
Nas pupilas duas lanças
No braço, um jarreteador
Boleadeiras retovadas
Batendo no tirador
Reinavam nas vacarias
Na preia de graxa e couro
Deitando em veias pampeanas
Sangue de luso e de mouro
Pelegos quase não tinham
Montavam mantas charruas
Quando rareavam esporas
Pelos pés, haviam puas
Teciam ponchos, as bugras
Pra faina dos faeneiros
Abrigos no frio do inverno
Escudos nos entreveiros
Naquele andar jarreteando
O cavalo era sagrado
Até o sal pra picanha
Que o suor era salgado
Andavam domando ventos
Sem pátria, sem generais
Laço, lança, boleadeiras
Monarcas sobre os baguais