
O Piano
Daniel Carlomagno
Nem sempre o piano é só um móvel esquecido no canto da sala
Servindo de estante ao porta-retrato
De onde você me olha, de onde você repete
Sempre as últimas palavras
Não é toda hora que vejo a nossa varanda enluarada
A cadeira de vime onde a gente sentava
No silêncio da noite a gente conversava
Até raiar a rosa da alvorada
O piano carrega a tristeza de amores perdidos
E acende a esperança dos novos bem vindos
Momentos negros e claros convivem no teclado
Por isso é que eu canto e não quero parar
Apesar da angústia, apesar da tristeza
Apesar do silêncio ao redor desta mesa
Que outrora era alegre, quando você estava
A vida era música e a gente dançava
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