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Milonga Abaixo de Mau Tempo

Catherine Vergnes

Coisa esquisita a gadaria toda
Penando a dor do mango com o focinho n'água
O campo alagado nos obriga à reza
No ofício de quem leva pra enlutar as mágoas

Olhar triste do gado atravessando o rio
A baba dos cansados afogando a volta
A manhã de quem berra num capão de mato
E o brado de quem cerca repontando a tropa

Agarre amigo o laço, enquanto o boi tá vivo
A enchente anda danada, molestando o pasto
Ao passo que descampa a pampa dos mil réis

E a boia que se come, retrucando o tempo
Aparta no rodeio a solidão local
Pealando mal e mal o que a razão quiser

Amada, me deu saudade
Me fala que a égua tá prenha, que o porco tá gordo
Que o baio anda solto e que toda cuscada, lá em casa comeu
Amada, me deu saudade
Me fala que a égua tá prenha, que o porco tá gordo
Que o baio anda solto e que toda cuscada, lá em casa comeu

Coisa mais sem sorte esta peste medonha
Curando os mais bichados, deu febre no gado
Não fosse a chuvarada se metendo a besta
Traria mil cabeças com a bênção do pago

Dei falta da santinha, limpando os pesuelos
E do terço de tentos nas prece sinuelas
Logo em seguidinha é semana santa
Vou cego pra barranca e só depois vou vê-la

Agarre amigo o laço, enquanto o boi tá vivo
A enchente anda danada, molestando o pasto
Ao passo que descampa a pampa dos mil réis

E a boia que se come, retrucando o tempo
Aparta no rodeio a solidão local
Pealando mal e mal o que a razão quiser

Compuesta por: Jose Claudio Machado / MAURO MORAES. ¿Los datos están equivocados? Avísanos.

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