Chá
Bernardo Biasi
Eu sinto quando pesa
Peso morto de segredo
Quando chega até na reza
Para que disso não tenhas medo
Não se esconde o mais visto
O olhar demonstra a agonia
Sem querer, querendo, quisto
Vira tiro de monotonia
Em partes me vejo insegura
Ainda tenho aguas a passar
Mas sabendo que a vida é dura
É assim que vou aturar
Sem par, sem impar, sem vento
Sem rima, sem rumo e sem tempo
Sem veda, sem vida, sargento
Ainda sigo buscando meu alento
Desvio envio copio
Mas não sei aonde enfio minha cabeça
A neura da loucura
Da condição pura
Que espero que a gente esqueça
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