Mal Nenhum
Barão Vermelho
Nunca viram ninguém triste
Porque não me deixam em paz
As guerras são todas tristes
E não tem nada de mais
Me deixem bicho acuado
Por um inimigo imaginário
A correr atrás dos carros
Como um cachorro otário
Me deixem ataque equivocado
Por um falso alarme
Quebrando objetos inúteis
Como quem leva uma topada
Me deixem esmurrar e amolar a faca
A faca cega da paixão
E dar tiros a esmo
E ferir sempre o mesmo cego coração
Por isso não me escondam suas crianças
Nem me chame o síndico
Não me chame a polícia
Não me chame o hospício
Eu não posso causar mal nenhum
A não ser a mim mesmo...a não ser a mim...
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