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Galponeiro e Aporreado

Baitaca

Nunca frouxei meu garrão
Nos lugares aonde eu me apelo
Pra exemplar algum bagaceira
Se for preciso eu peleio
Diz que o touro, vira vaca

Cruzando nos campos alheio
Sou missioneiro E sou touro
Que berro em qualquer rodeio

Me aquento em fogo de chão
Com lenha buena de mato
Chapéu quebrado na testa
E um lenço bem maragato

Bota puxada no joelho
Eu não conheço sapato
Sou missioneiro e me orgulho
Sou galponeiro de fato

Muita vez boleei a anca
Pra defender minha carcaça
Tirei sisma de corvarde
Com fibra, tutano e raça

Nunca eu corri pra trincheira
E nem tão poco e macega
Meu facão não cai da mão
Meu trinta e oito não nega

Quebro milho na cocheira
E um pingo bueno de estouro
Num galpão de costaneira
Que pra mim vale um tesouro

Muita vez já trancei ferro
Pra defender o meu coro
Meu facão tá sempre afiado
Pra cortar algum desaforo

Muita vez boleei a anca
Pra defender minha carcaça
Tirei sisma de covarde
Com fibra, tutano e raça

Nunca corri pra trincheira
E nem tão poco e macega
Meu facão não cai da mão
Meu trinta e oito não nega

Da cunheira de um galpão
Me cai picumã nas crina
Vou palanqueando a xucreza
Da nossa pampa sulina

No coro eu só tenho marca
É de mordida de China
Pra mulher eu dou carinho
Pra macho eu não dobro esquivo

Muita vez boleei a anca
Pra defender minha carcaça
Tirei sisma de covarde
Com fibra, tutano e raça

Nunca corri pra trincheira
E nem tão poco e macega
Meu facão não cai da mão
Meu trinta e oito não nega

(E missioneiro também não nega companheiro)


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