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Os Fantoches de Kissinger

Zeca Afonso

Em toda parte baqueia a muralha imperialista
Na ponta duma espingarda, os povos da Indochina
Varrem da terra sangrenta os fantoches de Kissinger
Varrem da terra sangrenta os fantoches de Kissinger

Mas aqui também semeias no pátio da tua fábrica
No largo da tua aldeia, a fome, a prostituição
São filhas da mesma besta que Kissinger tem na mão
São filhas da mesma besta que Kissinger tem na mão

Valor à Mulher primeira na luta que nos espera
Só não há vida possível na liberdade comprada
Na liberdade vendida a morte é mais desejada
Na liberdade vendida a morte é mais desejada

A NATO não chega a netos, abaixo o hidroavião
Na ponta duma espingarda, o povo da Palestina
Mandou a Golda Meir uma mensagem divina
Mandou a Golda Meir uma mensagem divina

Da CIA não tenhas pena, tem carne viva nas garras
A pomba de Kissinger, toda a América Latina
Se lembra das suas farras, a mesma tropa domina
Se lembra das suas farras, a mesma tropa domina

A mesma tropa domina só um embaixador
Mas nada nos abalança a dormir sobre a calçada
Faz como o trabalhador, dorme sobre a tua enxada
Faz como o atirador, dorme sobre a espingarda

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