Viola Quebrada

Quando da brisa no açoite a flor da noite se acurvou
Fui encontra coma a Maróca meu amor
Eu senti n'alma um golpe duro
Quando ao muro já no escuro
Meu olhar andou buscando a cara dela e não achou

Minha viola gemeu
Meu coração estremeceu
Minha viola quebrou
Meu coração me deixou

Minha Maróca resolveu prá gosto seu me abandonar
Porque o fadista nunca sabe trabalhar
Isto é besteira pois da flor
Que brilha e cheira a noite inteira
Vem de´pois a fruta que dá gosto de saborear

Minha viola gemeu
Meu coração estremeceu
Minha viola quebrou
Meu coração me deixou

Por causa dela sou um rapaz muito capaz de trabalhar
E todos os dias todas as noites capinar
Eu sei carpir porque minh'alma está arada e loteada
Capinada com as foiçadas desta luz do seu olhar

Viola rota

Cuando la brisa en el látigo la flor de la noche era precisa
Fui a conocer a Marocca, mi amor
Sentí en mi alma un duro golpe
Cuando a la pared ya en la oscuridad
Mis ojos fueron a buscar su cara y no la encontraron

Mi guitarra gimió
Mi corazón se estremeció
Mi viola se rompió
Mi corazón me ha dejado

Mi Marocca decidió complacerte para abandonarme
Porque el cantante de fado nunca sabe cómo trabajar
Esto es una tontería debido a la flor
Que brilla y huele toda la noche
Proviene de la fruta que da gusto a gusto

Mi guitarra gimió
Mi corazón se estremeció
Mi viola se rompió
Mi corazón me ha dejado

Gracias a ella soy un chico muy capaz de trabajar
Y todos los días todas las noches deshierbe
Sé carpir porque mi alma está arada y mezclada
Humedecido con los cantantes de esta luz de su mirada

Composição: Ary Kerney / Mario de Andrade