A Rosinha Dos Limões

Quando ela passa, franzina e cheia de graça,
Há sempre um ar de chalaça, no seu olhar feiticeiro.
Lá vai catita, cada dia mais bonita,
E o seu vestido, de chita, tem sempre um ar
domingueiro.

Passa ligeira, alegre e namoradeira,
E a sorrir, p'rá rua inteira, vai semeando ilusões.
Quando ela passa, vai vender limões à praça,
E até lhe chamam, por graça, a Rosinha dos limões.

Quando ela passa, junto da minha janela,
Meus olhos vão atrás dela até ver, da rua, o fim.
Com ar gaiato, ela caminha apressada,
Rindo por tudo e por nada, e às vezes sorri p'ra
mim...

Quando ela passa, apregoando os limões,
A sós, com os meus botões, no vão da minha janela
Fico pensando, que qualquer dia, por graça,
Vou comprar limões à praça e depois, caso com ela!

El rosa de los limones

Cuando pasa, fruncida el ceño y llena de gracia
Siempre hay un aire de chalaça en tu mirada hechicera
Allí va cautivador, cada día más hermoso
Y tu vestido de guepardo siempre se ve como
El domingo

Leve, alegre y coqueteado
Y sonriendo, por toda la calle, sembrando ilusiones
Cuando pase, va a vender limones a la plaza
Y hasta lo llaman, por gracia, el limonero rosado

Cuando ella pasa, por mi ventana
Mis ojos van tras ella hasta que veo, desde la calle, el final
Con un aire amordazado, camina con prisa
Riendo por todo y por nada, y a veces sonríe por ello
Yo

Cuando pasa, predicando limones
Solo, con mis botones, en el lapso de mi ventana
Sigo pensando, cualquier día, por gracia
¡Compraré limones de la plaza y luego me casaré con ella!

Composição: Artur Joaquim de Almeida Ribeiro