No Picadeiro
Silvestre Kuhlmann
Eu sei que nunca fui um grande artista
Não fui um campeão, nunca fui bamba
Eis-me, agora, a pisar a corda bamba
Nesta angústia mortal de equilibrista
Aos olhares do mundo, eis-me na pista
Pedem que eu cante a valsa ou dance o samba
Entre a maldade e o bem, meu ser descamba
Em troca de um aplauso narcisista
Não quero mais a máscara, o ludíbrio!
Minha alma quer a paz, o equilíbrio
Que só em ti posso encontrar, Senhor
E, se nada sacia a minha sede
Largo o trapézio e caio em tua rede
Para morrer e reviver de amor
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