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Não Arrastes o Meu Caixão
Samuel Úria
No arrastre mi ataúd
Não Arrastes o Meu Caixão
No arrastre mi ataúd
Não arrastes o meu caixão
Que el macadam se ha vuelto infame
Que o macadame tornou-se infame
Y la traición hace que sea difícil dibujar
E a traição dificulta a tração
Por eso vuelvo al polvo
É por isso que volto à poeira
Menos fricción atroz a la madera
Menos atroz o atrito à madeira
En las tablas de mi ataúd
Nas tábuas do meu caixão
Los adornos se han vuelto suaves
Os ornamentos tornaram-se lisos
Vanidad muerta, sólo quedan narcisos
Vaidade morta, só restam narcisos
Corona en mi ataúd
Em coroa no meu caixão
No arrastre mi ataúd
Não arrastes o meu caixão
Que las criadas han perdido sus modales
Que as carpideiras perderam maneiras
Y la procesión se convirtió en motege
E o cortejo tornou-se motejo
En epitafios tallados por los ciegos
Em epitáfios talhados por cegos
Entre sevicios me entrego a las uñas
Entre sevícias entrego-me aos pregos
De las tablas de mi ataúd
Das tábuas do meu caixão
Haces salterios con mi sarcófago
Do meu sarcófago fazes saltérios
Como una lira digitación de los lirios
Como a uma lira dedilhas o lírios
Corona en mi ataúd
Em coroa no meu caixão
Los extraños espías del esquife, escondidos
O estranho esquife espiaras, esconso
En el vals ferina alrededor de la figura
Na valsa convulsa em volta do vulto
Que mora en mi ataúd
Que habita no meu caixão.
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