Manha
Pedro Abrunhosa
Manha, que em ti encerra
Este mar que nao se altera,
este vento na galera
que teima em ti pousar.
Madrugada, de repente
Sou passaro sou gente,
Tao distante e nunca ausente
E teimo em ti pousar.
Mulher, minha alvorada
Tu és o vento que tarda,
Por ti pouso o cansaco
Na verdade de um poema
Na mentira de um abraco,
Teu leito é o meu regaco
Eu quero assim ficar.
Barco que torna ao porto
No teu corpo eu me aporto,
Ai fico e me recordo
E teimo em ti pousar.
Neblina, despertada
Tao leve quanto a espada,
Que se bate por tudo e nada
E teima em ti pousar.
Mulher, minha alvorada
Tu és o vento que tarda,
Por ti pouso o cansaco
Na verdade de um poema
Na mentira de um abraco,
Meu leito é o meu regaco
Eu quero assim ficar.
Na verdade de um poema
Na mentira de um abraco,
Meu leito é o teu regaco
Eu quero assim ficar.
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