Rendas de Prata
Paulo César Pinheiro
Deu meia-noite e meia
Tem lua cheia pra alumiar
Do céu a estrela branca
Que cai, destranca
O portão do mar
Deixa a camisa fina
Da lamparina
Se encandiar
Que a luz do candeeiro
Faz o coqueiro
Se enfeitiçar
A onda é de ensurdecer
A brisa é de amenizar
Tem qualquer coisa de arrepiar
A lua é de endoidecer
O azul é de admirar
O céu é o espelho de Iemanjá
Em noite assim
As sereias costumam bordar
Rendas de prata
De estrelas caídas no mar
No manto de Janaína
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