Diante da Terra - Edmundo Xavier de Barros (Espírito)
Maurício Gringo
Fugindo embora à paz de eternos dons divinos
Sem furtar-se, porém, à luta que aprimora
O homem é o semeador dos seus próprios destinos
Ave triste da noite, esquivando-se à aurora
Em derredor da Terra, estrelas cantam hinos
Glorificando a luz onde a Verdade mora
Mas no plano da carne os impulsos tigrinos
Fazem a ostentação da miséria que chora!
Necessário vencer nos vórtices medonhos
Santificar a dor, as lágrimas e os sonhos
Do inferno atravessar o abismo ígneo e fundo
Para ver a extensão da noite estranha e densa
Que os servos da maldade e os filhos da descrença
Estenderam, sem Deus, sobre a fronte do mundo!
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