Botando as Linhas N'água

E naõ foi mais do que um ano e o matrimônio findou-se
E não houve quem não fosse dá uma opinião do desquite
Mas já virei os arreio e me mandei a la cria
Vou campear outra guria que de novo se habilite

Pois digo que a estancieira era uma tigra baldosa
Cosquilhosa e caborteira, daquelas da má idéia
E eu vivia mais judiado do que cachaço emprestado
Troteando pra todo o lado pra agradá a filha da véia

Por isso, hoje me largo, esmirilhando a bragada
Esta imundícia herdada da antiga relação
Pra bota as linhas n'água tenteando outra querida
Que cure minhas feridas num riso contra o fogão

No trote duro da égua me vou com miles de plano
Pra mode talvez pro ano eu largar destes retoço
Mas vou dar as condição num contrapasso dos bueno
Sussurando algum veneno contra a tábua do pescoço
Meus anseios são pequenos, quero paz n'algum ranchito
Prosa leve de um ventito, murmúrio de sanga calma
Quero no mate uns carinhos, num beijo um sonho feliz
Prendinha e dois guris pra dar de munício à alma

Bem pilchado, como antes, um perfumito no lenço
Dispenso meus compromissos, das domas eu paro um pouco
Lá na Parada Bonita já logo eu tô chegando
Pra ver o Raul gastando os dedo na oito soco

E me desculpem os contrários, Entendam a minha ação
Pois, sem precipitação, mesmo querendo no más
Vou ficar bombeando quieto, olho vivo de campeiro
Por que mulher e terneiro nunca se corre de atrás

No trote duro da égua me vou com miles de plano...