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Prisão
Mafalda Veiga
Prisão
Eles sentaram-me à mesa do medo
No banco mesmo a seu lado
Sentia-lhe o corpo hirto
E gelado de tão perto
Sentia-lhe o cheiro podre
De tão velho
Que o medo perdeu a idade
No labirinto dos homens
E escorre pela sombra
Dos corredores
Eles sentaram-me à mesa do medo
No banco mesmo a seu lado
Ouvia-lhe a boca negra dizer-me:
"não penses, assim não sofres"
Virei a mesa do medo
É pensei
Que há mais para virar
Virei-me por dentro
Até despertar
Eles sentaram-me à mesa do medo
No banco mesmo a seu lado
Ouvia-lhe a boca negra dizer-me:
"não penses, assim não sofres"
Virei a mesa do medo
E pensei
Que há mais para virar
Virei-me por dentro
Até despertar
En la cárcel
Me sentaron en la mesa del miedo en el banco justo a su lado sentí su cuerpo rígido y frío tan cerca que olía el olor podrido de tan viejo que el miedo perdió su edad en el laberinto de los hombres y gotea por la sombra de los pasillos que me sentaron en la mesa del miedo en el banco justo a su lado oí su boca negra dime: Volteé la mesa del miedo pensé que había más para dar la vuelta me volví adentro hasta que me desperté me sentaron en la mesa del miedo en el banco justo al lado de él oí su boca negra decir: «No pienses, así que no sufras» Volteé la mesa del miedo y pensé que había más para girar. despertar
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